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Um filme brasileiro de 2016 que passou algumas semanas em alta, entre os 10 mais assistidos na “Netflix”. O roteiro adaptado da primeira de uma série de obras de autoria de Augusto Cury, vendeu 2,5 milhões de cópias no Brasil e publicado em mais de 50 países. Até uma curiosidade: O Vendedor de Sonhos conquistou também o mercado asiático e russo, foi nomeado para o melhor livro de 2009 e eleito, no mesmo ano, a melhor ficção internacional na China.
Não vou esconder que as expectativas eram bastante altas em relação ao filme, como acredito que a grande maioria do público que tenha lido o livro. Ainda quem não goste muito de livros de “autoajuda” ou “motivacionais”, há de concordar como fato de o enredo proposto na obra original ser bastante curioso. Além de os personagens e mistérios serem muito bem explorados.
A proposta do filme, porém, deixa um pouco a desejar no sentido de fluidez e “lógica”, na montagem das sequências. As partes mais interessantes passam a ser alguns diálogos, em que é possível entrever um pouco da obra original. É sempre um grande desafio para o cinema fazer uma obra adaptada, já que o tipo de literatura nem sempre é pensado para imagens, o que, de certa forma, dá asas à “liberdade do diretor”, que se arrisca a não traduzir a grandeza de uma obra.
Mas é interessante pensar no porquê deste filme ter gerado interesse, nesse tempo todo “particular” que estamos vivenciando. Talvez isso nos consiga fazer compreender o motivo pelo qual ele tenha estado em alta. E isso sim, é uma curiosidade que merece uma reflexão particular. O que o filme se propõe? Quer nos “vender sonhos”?
Depois de ver o filme, algumas indicações para a oração:
Nosso Deus é um Deus de esperança, de milagres, um Deus que tem sua alegria em ver o homem vivo, como dizia Santo Irineu. Muitas vezes, o tema do suicídio foi tratado pelos próprios cristãos como algo demasiadamente negativo, ou até como um tabu. Infelizmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, onde 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o transtorno. Além disso, devido ao confinamento atual, estamos assistindo às taxas de suicídio aumentarem assustadoramente. Por isso, o “mal do século” chamado depressão, precisa sim ser levado a sério.
Se é simpático quando o protagonista do filme fala que o que ele faz é “vender vírgulas”, temos que nos lembrar que conhecemos alguém que não vende, mas doa infinitas vírgulas: Deus. Ele é o Deus das segundas chances, que sempre está disposto a perdoar, a esperar pacientemente nosso retorno, a correr ao nosso encontro e nos abraçar quando queremos voltar para casa, porque nos perdemos no caminho.
Deixemos que Deus nos acolha, assim como estamos. Que ele nos dê segundas, terceiras, infinitas vírgulas, ou chances de continuar e recomeçar.
A mensagem do filme é bastante clara: não vale a pena deixar-se enganar por “ouro falso”, ou por valores que, no fim das contas, não nos fazem verdadeiramente felizes. Respeitar e valorizar o tempo que temos com quem nos ama é o que nunca nos deixará com “remorsos”; ou com a sensação de correr, correr e ainda assim sentir tanto tempo perdido.
Nesse sentido, minha fundadora, Madre Clélia, diz: “o amor a Deus não deixa atrás de si remorsos”, por isso deixo o convite: ame a Deus, “gaste” tempo com Ele e não será de modo algum sem proveito.
Convido a rezar uma passagem da Sagrada Escritura que se encaixa bem com este filme e tê-la em mente nos próximos dias. Talvez escrevendo o trecho que mais lhe tocou em uma folha e pendurá-la em um local de passagem ou estratégico da casa.
“11 E disse: Um certo homem tinha dois filhos. 12 E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. 13 E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. 14 E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. 15 E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. 16 E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. 17 E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! 18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. 19 Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores. 20 E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou. 21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, 23 e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos, 24 porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se.
25 E o seu filho mais velho estava no campo; e, quando veio e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. 26 E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. 27 E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. 28 Mas ele se indignou e não queria entrar. E, saindo o pai, instava com ele. 29 Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos. 30 Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. 31 E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas. 32 Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado." (Lc 15:11-32)
Ó Deus da Esperança, que sempre
estás disposto a nos abraçar novamente e novamente
mesmo quando voltamos as costas a Ti,
Aumentai em nós o gosto pela Vida, e o desejo de deixar-nos
mover pelo que realmente tem valor: amar a Ti e aos irmãos.
Leva tua ternura aos que precisam de apoio,
aos que perderam a esperança
E levai-os a um encontro transformador contigo
em seu próprio interior.
Amém.
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